segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Ausência


Vinicius de Moraes



Eu deixarei que morra

em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces

Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.

No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida

E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.

Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.

Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados

Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada

Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.

Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.

Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.

Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.

Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.

Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.

E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.

Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.

Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.

E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.

Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

SOCORRO

Socorro!
Não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir...
Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena, qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...
Socorro!
Alguma rua que me dê sentido
Em qualquer cruzamento
Acostamento, encruzilhada
Socorro! Eu já não sinto nada...
Socorro!
Não estou sentindo nada [nada]
Nem medo, nem calor, nem fogo
Nem vontade de chorar
Nem de rir...
Socorro!
Alguma alma mesmo que penada
Me empreste suas penas
Eu Já não sinto amor, nem dor
Já não sinto nada...
Socorro!
Alguém me dê um coração
Que esse já não bate
Nem apanha
Por favor!
Uma emoção pequena qualquer coisa!
Qualquer coisa que se sinta...
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva
Qualquer coisa que se sinta
Tem tantos sentimentos
Deve ter algum que sirva...

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Posso escrever os versos mais tristes



Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Illusion.

I know its hard to tell
How mixed up you feel
Hoping what you need
Is behind every door
Each time you get hurt
I don't want you to change
Cuz everyone has hopes
You're human after all
The feeling sometimes
Wishing you were someone else
Feeling as though
You never belong
This feeling is not sadness
This feeling is not joy
I truly understand
Please don't cry now
Please don't go
I want you to stay
I'm begging you please
Please don't leave here
I don't want you to hate
For all the hurt that you feel
The world is just illusion
Trying to change you
Being like you are
Well this is something else
Who would comprehend
That some bad do lay claim
Divine purpose blesses them
Thats not what I believe
And it doesn't matter anyway
A part of your soul
Ties you to the next world
Or maybe to the last
But I'm still not sure
But what I do know
Is to us the world is different
As we are to the world
I guess you would know that
Please don't go
I want you to stay
I'm begging you please
Please don't leave here
I don't want you to hate
For all the hurt that you feel
The world is just illusion
Trying to change you
Please don't go }(2x)
I want you to stay /
I'm begging you please
Oh please don't leave here
I don't want you to change
For all the hurt that you feel
This world is just illusion
Always trying to change you

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Winner.

Eu queria poder destruir seus medos.
Afastar seus fantasmas pra longe.
E poder fazer com que vc sentisse que o mundo nunca poderá te destruir.
Pq  vc fez com que eu me lembrasse do quão forte eu posso ser.
E que o mundo tentou me destruir e mesmo assim eu resisti.

Venci mais uma batalha.

Isabelle


Quero me embriagar do seu hálito.
Me afogar nos seus olhos.
Sentir sua pele queimar a minha.
E sentir sua lingua me refrescar como um bálsamo.
Sonhar com você e delirar ao som da sua voz.
Afundar minhas mãos nos seus cabelos sedosos.
Mapear cada centímetro do seu corpo com a minha língua.
E sentir você morrer na minha boca.
De novo.
E de novo.
E de novo.
E de novo.

              V.F.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Calmaria

Isabelle.
Ontem eu fui te ver.
Feliz e ansiosa pq ia ver vc de novo.
E então um milhão de pequenas coisas aconteceram e me fizeram entrar em um estado de reflexão como a muito eu não fazia, por medo de , como diz Vanessa, entrar em contato comigo mesma.
Me vi segura e calma.Contente mesmo.
Sei que estou em outra fase.
Sei que serei uma boa amiga.
Tenho medo (as vezes beira a certeza) de que serei uma doce lembrança de algo bom que aconteceu.
Talvez isso seja inconscientemente uma defesa.
Ou não.  =D
Gosto de vc ainda.
Sei da sua condição,sei que é complicado e sei que vc só faz o que vc quer.rsrsrsrsrs
Eu nunca mais vou cometer erros (assim espero) como os ultimos.
Vc sempre será Sunshine pra mim .
E um raio de sol não se pode aprisionar.
E o encanto mora exatamente em ver vc quase livre.
Te adoro muito e sei que vou acabar te amando. (Depende apenas de vc)
Por todas as suas qualidades e pelos seus defeitos tb.
Sei que tenho um milhão de issues.
Sei que tenho que lutar ainda contra as forças maléficas e principalmente contra minha mania de auto-destruição.
Enfim um post feliz só pra vc.
Um post pra vc lembrar que foi parte integrante da minha história, que graças a vc tem um capitulo memorável.
Um post pra vc ter certeza de que é pra vc.


"Ao coração que sofre, separado
Do teu, no exílio em que a chorar me vejo,
Não basta o afeto simples e sagrado
Com que das desventuras me protejo.

Não me basta saber que sou amado,
Nem só desejo o teu amor: desejo
Ter nos braços teu corpo delicado,
Ter na boca a doçura de teu beijo.
Ao coração que sofre

E as justas ambições que me consomem
Não me envergonham: pois maior baixeza
Não há que a terra pelo céu trocar;

E mais eleva o coração de um homem
Ser de homem sempre e, na maior pureza,
Ficar na terra e humanamente amar."

                      O. B.


Bjs. 
P.S. S. 
      Theo.

=}

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Again.

Porque assim que li isso pensei em vc e em cada uma das suas singularidades.
De suas antíteses.



Eu que sou feio, sólido, leal,
A ti, que és bela, frágil, assustada,
Quero estimar-te, sempre, recatada
Numa existência honesta, de cristal.

Sentado à mesa de um café devasso,
Ao avistar-te, há pouco fraca e loura,
Nesta babel tão velha e corruptora,
Tive tenções de oferecer-te o braço.

E, quando socorrestes um miserável,
Eu, que bebia cálices de absinto,
Mandei ir a garrafa, porque sinto
Que me tornas prestante, bom, sudável.

«Ela aí vem!» disse eu para os demais;
E pus me a olhar, vexado e suspirando,
O teu corpo que pulsa, alegre e brando,
Na frescura dos linhos matinais.

Via-te pela porta envidraçada;
E invejava, - talvez que não o suspeites! -
Esse vestido simples, sem enfeites,
Nessa cintura tenra, imaculada.
...
Soberbo dia! Impunha-me respeito
A limpidez do teu semblante grego;
E uma família, um ninho de sossego,
Desejava beijar o teu peito.

Com elegância e sem ostentação,
Atravessavas branca, esbelta e fina,
Uma chusma de padres de batina,
E de altos funcionários da nação.

«Mas se a atropela o povo turbulento!
Se fosse, por acaso, ali pisada!»
De repente, parastes embaraçada
Ao pé de um numeroso ajuntamento,

E eu, que urdia estes frágeis esbocetos,
Julguei ver, com a vista de poeta,
Um pombinha tímida e quieta
Num bando ameaçador de corvos pretos.

E foi, então que eu, homem varonil,
Quis dedicar-te a minha pobre vida,
A ti, que és ténue, dócil, recolhida,
Eu, que sou hábil, prático, viril.

Ser Poeta...

E é assim que eu me sinto.


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!